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Missão

O Instituto Histórico da Ilha Terceira fundou-se em Angra do Heroísmo como uma associação privada e por iniciativa de um grupo de homens que sentiam e assumiram responsabilidades pessoais no campo da cultura em 1942.

Foi de alguma maneira a resposta encontrada para suprir o que parecia ser uma lacuna no Estatuto dos Distritos Autónomos das ilhas Adjacentes de 1940-47. Efectivamente, os "Serviços Distritais" previstos naquele Estatuto não incluíam os assuntos culturais mostrando-se voltados apenas para vectores económicos com intervenção pública - a agro-pecuária, as obras públicas, a indústria e energia, os transportes terrestres - e apenas um de pendor social - a saúde pública -.

A sua criação foi pioneira. No ano seguinte criava-se o Instituto Cultural de Ponta Delgada e, alguns anos mais tarde, o Núcleo Cultural da Horta. A criação do Instituto, por homens liderados por Luís Ribeiro e José Agostinho ambos com vocação para educadores públicos, ambos com nome feito e obra publicada - um na Etnografia e na História, outro principalmente nas Ciências da Natureza - reflectiu muito do modo de ser do primeiro deles, membro do Instituto de Coimbra e de várias outras agremiações culturais portuguesas e estrangeiras. E assim o Instituto surgiu como uma pequena academia; com membros de número (os sócios efectivos) e membros correspondentes, para não falar da inevitável categoria dos sócios honorários.

Em 1985 foram reformulados os estatutos e o regulamento interno do Instituto, de maneira a adaptá-lo à nova realidade autonómica - que fizera desaparecer os antigos distritos - sem embargo de preservar o essencial da associação e o seu carácter a um tempo privado e supletivo da acção cultural, baseado em estatuto da realidade local e regional e em trabalho voluntário dos seus membros.

O Instituto tem a sua sede em uma dependência do antigo convento de São Francisco, em Angra do Heroísmo. ..Publica um Boletim anual, onde se incluem fundamentalmente estudos de História e Etnografia e se publicam documentos julgados de interesse relativamente a estas áreas. Tem exercido alguma actividade editorial promovendo outras publicações para além de algumas separatas mais importantes e com tiragem especial. Dessas publicações referem-se: "Ilha Terceira - Notas Etnográficas", de Frederico Lopes Jr. (1980), "Obras" de Luís Ribeiro (3 volumes 1982), "The image of the Azorean" de Mary T. Vermette (1984), "Ruas da Cidade e outros escritos" de Henrique Bras (1985), "Os Açores e o domínio filipino" de Avelino Freitas de Meneses (2 volumes, 1987), "Tradições e festas populares da freguesia dos Altares" de Inocêncio Enes (1988), "Apontamentos para a História dos Açores" de Francisco Ferreira Drummond (leitura e transcrição do manuscrito por José Guilherme Reis Leite (1990).

Seguramente a mais importante e ambiciosa edição do Instituto é a "Fenix Angrence" de Manuel Luís Maldonado com leitura e transcrição do manuscrito seiscentista por Helder Parreira de Sousa Lima (1º volume em 1989, 2º volume em 1990 e o 3º e último volume 1998).

O Instituto tem promovido colóquios, de que avultam: a série "Os Açores e o Atlântico", iniciada em 1983 e continuada em 1987, 1990 e 1993; "Os impérios do Espírito Santo e a simbólica do Império" (1984); "Uma reflexão sobre Portugal" (1994).

Realizou em 1995, um congresso subordinado à temática "O mundo do Infante D. Henrique", que constitui a contribuição da Região Autónoma dos Açores para as comemorações do centenário henriquino. ..Numa acção que veio a revelar-se crescente, o Instituto tem desenvolvido iniciativas atinentes à protecção e valorização do património nomeadamente - e sobretudo nos últimos anos - do património construído. De entre essas acções destacam-se a condução do processo que levou à inclusão da Zona Central de Angra do Heroísmo na Lista do Património Mundial (1981/1983) e a difusão de textos internacionais sobre a protecção do património, além de colaborações avulsas com a Secretaria Regional da Educação e Cultura.

A partir de 1991 passou a funcionar no seio do Instituto o Centro UNESCO dos Açores o que veio permitir uma abertura maior ao público - tanto passiva como activa - através da promoção de conferências periódicas e o concurso de colaboradores validos, independentemente da categoria estatutariamente limitada, de sócios efectivos.